Lojas virtuais não europeias: varejo exige medidas contra a concorrência desleal

Com preços extremamente baixos, produtos e artigos que não atendem aos padrões europeus de qualidade e segurança e condições de compra que vão contra a legislação europeia, as lojas online não europeias estão causando medo no varejo holandês. Há concorrência desleal, dizem Detailhandel Nederland e Thuiswinkel.org fraternalmente. Tanto as lojas físicas quanto as lojas virtuais na Holanda são vítimas disso.

Para combater a concorrência desleal, é necessário um melhor cumprimento das regras e uma aplicação mais rigorosa, declaram ambas as organizações no seu relatório recentemente publicado 'A igualdade de condições para os retalhistas holandeses'. Motivo principal: a digitalização transformou os consumidores em 'importadores'. Afinal, eles compram diretamente de lojas e fornecedores on-line não europeus fora da UE e suas encomendas enviadas pelo correio são praticamente desmarcadas. As leis e os processos de aplicação da UE, uma vez implementados para garantir a segurança dos produtos, a proteção legal e a remessa correta de impostos, estão completamente por trás da nova realidade digital.

As compras em lojas online não europeias estão a aumentar rapidamente

Ainda não há números exatos, mas as 'importações diretas' de países fora da UE estão aumentando rapidamente, de acordo com Detailhandel Nederland e Thuiswinkel.org. Eles defendem a pesquisa do governo holandês sobre o tamanho exato dos fluxos de importação e seu impacto sobre consumidores e empresas. Porque, dizem os relatores: "Todas as mercadorias que entram no território da UE e são vendidas aqui devem cumprir as regras da UE, assim como todos os comerciantes que vendem produtos aos consumidores da UE." A importação direta acarretaria riscos à saúde e segurança dos consumidores holandeses. E acima de tudo: o varejista holandês tem que competir com a concorrência desleal de lojas online não europeias.

O relatório inclui um gráfico de países que são populares entre os consumidores europeus. Não é de surpreender que a China esteja muito acima do resto. Desde 2017, as compras diretas por meio de plataformas chinesas como Wish e AliExpress dispararam. Pequenos eletrônicos, acessórios para telefones celulares, sapatos e roupas estão chegando em números cada vez maiores da China para os países da UE e, portanto, também para a Holanda. É difícil competir com os preços baixos. E é aí que o sapato aperta: esses preços baixos são possíveis principalmente porque os fabricantes e plataformas de comércio eletrônico burlar os regulamentos.

Plataformas como o AliExpress atrapalham o campo de jogo

O fluxo privado de importações da China, em particular, é uma fonte de preocupação para os varejistas holandeses (web). A plataforma chinesa Ecommerce AliExpress está sendo criticada pelas lojas online não europeias. Nesta subsidiária de rápido crescimento do Alibaba, você como consumidor não compra por meio de atacadistas ou corretores, mas diretamente do fabricante. Esse princípio business-to-consumer foi inicialmente destinado a vendas a granel, mas a maioria dos produtos agora é vendida individualmente via AliExpress. Os consumidores podem escolher diferentes prazos de entrega. Se optar pelo transporte marítimo e considerar um prazo de entrega mais longo, muitas vezes não paga os custos de envio. Os jovens, em particular, fazem uso maciço disso.

Os grupos de defesa do varejo não estão sozinhos em suas preocupações com plataformas como o AliExpress. Seis organizações europeias de consumidores, incluindo a Associação Holandesa de Consumidores, já pediram a seus reguladores nacionais que tomassem medidas contra o gigante do comércio eletrônico da China. Argumento principal: produtos insalubres e inseguros estão chegando ao mercado. Por exemplo, compras de teste da organização de consumidores dinamarquesa mostraram que trinta por cento dos brinquedos importados da China via AliExpress continham produtos químicos que são tabu na UE.

Os termos e condições de venda de muitas lojas virtuais não europeias divergem das regras da UE

Uma objeção igualmente grande é que as lojas online não europeias, como o AliExpress, usam condições de venda que estão em conflito com as regras do consumidor europeu. Pense nas regras sobre devoluções e reembolsos que foram criadas na UE para proteger os consumidores. As regras lucrativas do IVA também se aplicam a produtos mais baratos e as lojas virtuais não europeias não contribuem para as iniciativas holandesas de coleta e processamento de resíduos. Todos esses são fatores que criam um 'campo de jogo desigual'. Isso dói dentro das linhas das margens já apertadas.

O relatório de Detailhandel Nederland e Thuiswinkel.org pretende ser um sinal para os políticos holandeses e europeus. Não é uma acusação à competição global inerente à digitalização, mas um apelo por regulamentos e fiscalização que melhor correspondam ao novo campo de jogo. Para que a concorrência desleal por lojas e plataformas não europeias seja interrompida. Com ênfase na importação direta de produtos da China por consumidores que preferem preços baixos a prazos de entrega rápidos e garantias. Resta saber se o sinal terá efeito em breve, pois a legislação da UE geralmente leva mais tempo do que o desejável. Continuaremos a acompanhar os desenvolvimentos.